sábado, 23 de julho de 2011

Do lado de fora, Peru e Venezuela nao empolgam a torcida

Daniela Penha - Estádio Único (La Plata)

O clima nos portões do estádio Único, em La Plata, é de incômoda tranquilidade. Toda a euforia que os peruanos distribuíram no jogo contra o Uruguai se foi junto com a possibilidade de alcançar o título de campeões da Copa América, após 36 anos de abstinência. Apesar de dizerem-se muito orgulhosos com a classificação de sua equipe, (que dificilmente chegava aos quatro primeiros colocados na competição), os peruanos que marcam presença por aqui, até agora, são poucos e de contida empolgação.

Bryan Castillo, peruano que há um ano e meio vive em Buenos Aires, mostra essa timidez ao chutar um placar para hoje: “Esperamos ganhar nem que seja de um a zero. Sabemos que a Venezuela vem com uma equipe forte”. Da mesma maneira, mostra todo o seu orgulho: “Meus amigos do Peru estão todos muito contentes. Ninguém esperava tão boa classificação”.

O mesmo orgulho é demonstrado pela peruana Mariella Tulliano, que chegou ontem à Buenos Aires só para assistir ao jogo de hoje. “Todos os peruanos fariam o mesmo se pudessem”. Ela e o namorado são menos modestos e apostam no dois a zero.

Mas o pouco número de torcedores e a contida empolgação não são características só dos peruanos. Os venezuelanos também estão em tão pouco número – se não estiverem em menos. A diferença, no entanto, é que demonstram segurança e, com pretensão, apostam alto: “O jogo vai ser três a zero e vai ser tranquilo. Com a equipe jogando bem”, garante Antônio Arnez. Há cinco anos vivendo em Buenos Aires, prestigiou o primeiro jogo de sua equipe e quis finalizar o campeonato no estádio.

E a Venezuela ainda tem privilégios. Carlos Obrigon e Karine Gaitán sao bolivianos e chegaram a Buenos Aires ontem. Já haviam comprado os ingressos para a final há alguns meses e, apesar de decepcionados, não deixaram de torcer: “Queríamos ver Brasil e Colômbia ou Argentina e Colômbia. Como não deu, viemos torcer para Venezuela e para o Uruguai”. No corpo, no entanto, levam as cores das suas bandeiras, para deixar claro de onde vem e de para quem, de fato, é a real torcida.

Da sala de imprensa a tranquilidade passa longe. Muitos jornalistas vieram acompanhar a reta final do campeonato. A disputa por computadores e cafés – que no começo da Copa tinha aos montes e agora é artigo de luxo – é grande e dá uma idéia de que como será o clima de amanha.

Quem também comparece em peso é a polícia, que antes camuflada em meio a multidao, agora ganha destaque em meio às ruas vazias. 



Os colombianos Carlos Obrigon e Karine Gaitán escolheram torcer pela Venezuela

Maycon Morales, Sandra Valderama e Liz Marquina vieram do Peru para ganhar

Apenas uma hora para o início da partida, as ruas do Estádio Unico estao vazias e tranquilas

Os venezuelanos Antônio Arnez, Victor Bolívar e Lígia Martinez apostam no três a zero

Nenhum comentário:

Postar um comentário